Já se imaginou, em tempo de reis e rainhas, a viver num palácio real? Será assim que se irá sentir enquanto percorrer os imponentes corredores do Palácio Nacional da Ajuda, visitando os seus compartimentos, onde todos os cenários foram cuidadosamente reproduzidos à semelhança da época, até ao mais pequeno detalhe.
O Palácio Nacional da Ajuda é um ponto de visita
obrigatório em Lisboa, devido ao valor histórico-cultural que representa para a
cidade e para o país.
Situado no alto da colina da Ajuda, e com uma soberba
vista sobre o Tejo, a construção do palácio iniciou-se em 1796. Depois do
terramoto de 1755, a família real mudou-se para a zona da Ajuda, onde os
terrenos eram mais seguros, habitando o Paço Real, um edifício em madeira,
também conhecido como Barraca Real. Em 1794, um incêndio acidental destruiu
esta habitação e surgiu a necessidade de construir novos aposentos reais, desta
vez edificados em pedra e cal. O projeto foi iniciado por Manuel Caetano de
Sousa, que era Arquiteto das Obras Públicas. Posteriormente, e depois de uma
paragem de 5 anos, a grandiosa obra é retomada pelos arquitetos Francisco
Xavier Fabri e José da Costa e Silva, contando com a ajuda de outros artistas,
nacionais e internacionais.
O que se vê hoje não representa o ambicioso projeto
inicial, que contemplava a construção de um dos maiores palácios da Europa, com
jardins de perder de vista. A obra não se concretizou porque a família real
partiu para o Brasil, em 1807, devido às invasões francesas. Mesmo sendo um
projeto inacabado, o Palácio Nacional da Ajuda é uma obra majestosa e digna de
se visitar. Construído em dois pisos, o piso térreo e o piso nobre,
permitem-nos perceber como se desenrolavam os afazeres diários da família real.
Aconselhamos que visite o palácio com tempo, de forma
a conseguir admirar todas as magníficas obras de arte que nele se encontram. No
piso térreo, com uma decoração ornamentada e rica, vai encontrar os aposentos
da família real. Destacamos a sala de jantar, onde se realizavam as refeições
íntimas da família; a Sala Azul, uma sala de estar ricamente decorada onde a
família se reunia para conviver; os aposentos da Rainha D. Maria Pia, decorados
com as mais finas e elegantes porcelanas; e o deslumbrante Jardim de Inverno. É
um piso com um caráter familiar muito marcado, com compartimentos confortáveis
e resguardados, respeitando a privacidade e a higiene, características da
mentalidade burguesa do século XIX.
O Piso Nobre, como o nome indica, era destinado às
receções de gala. Não conseguimos ficar indiferentes à Sala dos Grandes
Jantares, o luxuoso compartimento em que ainda hoje decorrem os banquetes da
Presidência da República, e onde podemos apreciar os mais requintados serviços
de porcelana chinesa de exportação do século XVIII. Destaca-se também a Sala do
Trono, com uma beleza de cortar a respiração, onde se realizava a antiga
cerimónia de beija-mão ao rei. Nesta sala, em que tudo é majestoso, destacam-se
as cadeiras do trono, que são de origem portuguesa. É um compartimento
fascinante, que nos desperta a imaginação para um cenário da época, em que
conseguimos imaginar rei e rainha, vestidos a rigor, a receber os seus
súbditos.
Não deixe de apreciar a beleza do Gabinete de Trabalho
e Rei, bem como o Quarto da Cama do Rei, visto que D. Luís I se mudou para o
andar nobre em 1888, devido a complicações de saúde, sendo que este foi o
último ano da sua vida.
Em 1910, com a Instauração da República e o exílio da
família real, o palácio fecha as suas portas. Reabre em 1968 como casa museu.
Hoje, sendo o museu com mais peças de Portugal, é um dos mais importantes
Museus de Artes Decorativas.
O encanto do Palácio Nacional da Ajuda é tal, que não
o conseguimos reproduzir por palavras. Visite, observe, aprecie e desfrute do
palácio. Garantimos que será uma experiência única, para os olhos e para a
imaginação!
Cortesia : ©
Photography Digital
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